Sssssom, ssssoom. Tesssssste.

Fala, rapeizi!

Já faz algum tempo que estamos discutindo a criação de um blog para comentarmos sobre nossas viagens, ensaios, shows, impressões da banda, gravações, músicas, livros, discos e filmes. Eis que agora ele surge e contará com a colaboração de todos os integrantes da banda.

Pra começar, eu poderia falar do último show em Araraquara... pois é, farei isso!

Pude aproveitar muito pouco desta última viagem. Tínhamos um show marcado para o dia 30/10, uma quinta-feira, em São Paulo (Toy Lounge). Não pude comparecer porque, além de "músico", sou publicitário-não-publicitário e tenho uma rotina apertada de trabalho. O Sal me substituiu neste show. Além de mim, teve o desfalque do Lelê, que infelizmente ficará sem tocar conosco durante um tempo para curar um problema na coluna. Enfim, o CineDisco foi um quarteto neste show. Não sei como rolou, mas com certeza foi único! Quem viu, viu.

Bem, sendo assim, combinei com o pessoal que os encontraria em SP no sábado, dia 01/11. Faríamos um show em Jaú. No entanto, na madrugada de sábado eu recebo um telefonema do Mateus dizendo que este show havido sido cancelado, e que eu poderia ir mais tarde. Acabou sendo bom por um lado (e muito ruim por outro... eu chego lá!) porque assim eu pude me recuperar de uma inflamação na garganta e uma febre baixa que tive de bobeira. Passei o dia em casa e aproveitei para ver um belíssimo filme do Akira Kurosawa chamado "Kagemusha" - ou A Sombra de um Samurai. Aviso: é importante conhecer o trabalho do japona antes de se aventurar neste filme de quase 3 horas de duração! Ame-o ou deixe-o!

Acordei bem cedo no domingo, dia do show em Araraquara. Às 7:20 da manhã eu já estava tomando um ônibus sozinho para São Paulo. Ficou combinado que me encontraria com os outros CineDiscos na casa do Fernandão ou na rodoviária e iríamos juntos para Aguagaguaga.

Após 6 horas de viagem (boa parte delas eu passei dormindo, lógico), cheguei em SP. O Sal me ligou e disse que iam me buscar na rodox. Engoli umas esfirras e um suco horroroso de tangerina que encheu minha boca de aftas e com certeza me debilitou o estômago. A próxima ligação do Mateus serviu pra me avisar que infelizmente o pessoal do Madame Machado (que iria fortalecer com uma carona camarada na van deles) tinha sumido e que eu teria que pegar um outro ônibus, agora direto para Araraquara. Fiz uma cara de cu, mas tava tão cansado que resolvi nem discutir com os féla da pluta. Catei um buzão às 14:30 e fui-me.

No ônibus, puxei meu livro (O Rei de Havana, do Pedro Juan Gutiérrez) e comecei a ler. Fez sumir o meu sono. Isso é o que acontece quado lemos um livro bom, criançada. Puxei papo com uma professora de Farmácia de uma faculdade de Araraquara que estava sentada do meu lado. Patrícia, o nome dela. Gente finíssima. Fez a viagem passar um pouco mais rápido. Me contou um pouco sobre a cidade, falou também sobre São Carlos, conservadorismo, estudantes, rock, sertanejo, pagode, namorados, mórmons e mais um monte de coisas.

Às 18:30 me despedi de minha efêmera amiga e fiquei esperando a rapeizi me buscar na rodox de Araraquara. Não preciso dizer que foram viagens desgastantes. Eu tava moído. O que me incomodava ainda mais era o fato de ter que voltar para casa logo após o show, ou seja, eu passaria metade do domingo dentro de um ônibus ou van. Bem, o lance é aproveitar enquanto não estou velho demais pra me sacrificar desta forma...

O show foi bem legal. Deu uma esvaziada até que subíssimos no palco, mas foi bom. Terminado o show, eu e Mateus nos enfiamos na van do Madame Machado (ressurgidos) e voltamos para o Rio. Após nos perdermos algumas vezes, pararmos na estrada para uma pestana, etc, etc, etc, chegamos no Rio às 10:20 da manhã de segunda-feira. Atrasadão pro trabalho, puta merda! Passei em casa, tomei um banho e enfrentei mais um dia de labor. Fim do fim de semana glamouroso do rock independente.

Dia 16 agora tocaremos no Hangar 110 em SP. Apareçam!